segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Renascer da Alma


Ela era uma menina de classe média, quando a classe média ainda existia... Filha única, seus pais sempre se preocuparam em lhe oferecer uma boa educação. Estudava nos melhores colégios, tocava piano, dançava... Tudo o que uma menina de boa família tinha direito na época.
Aos 18 anos o diploma de magistério. Orgulho de todos. O trabalho, mesmo sem precisar. Ela não gostava de depender dos pais.
Era bonita, vestia-se bem, era vaidosa, apesar de gordinha. Querida por todos, tinha muitos amigos, namorados não faltavam. Uma família unida, amorosa, estavam sempre juntos.
Uma noite, quando em visita aos avós no interior, conheceu um rapaz. Lindo, simpático, falante. Amor à primeira vista? Literalmente, pois antes mesmo de conversarem ela disse às amigas.
–“Eu vou me casar com aquele moço!”
Quatro meses depois ficaram noivos, mais cinco e se casaram. Casaram?
Foram nove meses muito atribulados. Uma "gestação" de alto risco.
Aquele rapaz bonito não trabalhava, era agressivo e a dominava completamente. E numa noite, depois de (mais) uma briga e de desmanchado o noivado, o moço irrompeu na festa de casamento da melhor amiga dela vestindo bermudas e chinelos e a levou embora. Depois de muita conversa, disse a ela que se não ficasse com ele naquele momento, não o veria nunca mais. Não havia nenhuma necessidade disso, pois apesar da família ser contra, respeitava a decisão da filha. Mas ela sempre cedia às chantagens e ficou.
Os pais, os amigos, todos tentaram demovê-la daquela loucura, mas em vão. Ela abandonou tudo. A família, o conforto, os amigos para se dedicar àquele que pensava amar. Um ano depois, o primeiro filho, dois anos e veio o segundo. Quando soube que ia ser pai pela primeira vez, alguma coisa começou a mudar. Parecia que não tinha gostado muito da idéia, sua agressividade aumentou. O segundo? Disse que não era dele. Separaram-se...
Ela voltou a trabalhar, estava refazendo sua vida, seis meses se passaram e ele não a deixou em paz, até que novamente cedeu a seus apelos amorosos. E novamente ela deixou tudo para traz. A família e os amigos que tanto a apoiaram. E se foi com ele e agora com dois filhos de dois e um ano. E agora para longe. Inevitável uma nova gravidez. Desta vez veio a mais linda menina do mundo. Moravam os cinco numa casinha de três cômodos. Sem piso e sem vidro nas janelas. E ela nunca reclamou. Nessa altura, já nem de longe lembrava aquela menina de antes. Lavava roupas no tanque. Quantas fraldas! E ele, finalmente arrumou um emprego! Trabalhava como vendedor. Viajava a maior parte do tempo e ela criava sozinha seus três filhos. Três bebês.
Seriam quatro no ano seguinte, quando ele trouxe uma notícia que a feriu quase que mortalmente. Quase não, feriu sim mortalmente porque só o físico ficou. A alma não quis mais viver. Ele tinha tido um filho com outra mulher. Depois de tudo, ele a havia traído sem remorsos.
A partir daí, ela sofreu todo tipo de agressões. Físicas, morais. Não mais se abalava, parecia que não era ela quem estava ali. Passava por tudo aquilo impassível. Sempre machucada, olho roxo, boca cortada, cicatrizes por todo corpo... e no coração. Na pior delas, ele derramou sobre ela um litro de álcool e riscou o isqueiro. Hospital, três meses, quase quatro. Quase a morte. Mais cicatrizes, mais dores. Mesmo assim, ela continuou ali, até que ele trouxe a “outra” e o filho para perto e foi morar com eles. Ainda depois disso, as agressões continuaram até que seu filho mais velho, agora com doze anos pediu socorro. Gritou para que ela fizesse alguma coisa. Por ele, pediu ajuda e acabou livrando-se daquele jugo. O apoio da família. Mais uma vez o trabalho. As coisas agora já não eram tão fáceis, mas precisava ir em frente, tinha seus filhos, seu motivo para continuar.
Muitos anos se passaram. Ela não mais o viu. Com dificuldade se refez. Concentrou-se na criação dos filhos, esqueceu da mulher. Da mulher que apesar do tempo e das cicatrizes ainda tinha sua beleza.
O tempo passou, os filhos cresceram e ela de repente, sem aviso, encontrou o amor. Não o viu nem ouviu, mas reconheceu de pronto seu amor de todas as vidas. A princípio, sentiu algo diferente... Não queria, não acreditava... Mas com o tempo, aquele sentimento foi se enraizando. Enfim, um olhar... Aquele olhar lhe deu a certeza de que sua alma voltaria a viver. Uma dificuldade imensa em crer, em confiar, mas não pode resistir. Um amor complicado, como tudo até hoje, mas desta vez com toda a certeza, o grande amor da sua vida.
Os anjos disseram amém...

Lygia

terça-feira, 16 de junho de 2009

O LAÇO


Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita dando voltas... Ela se enrosca mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
O laço é um abraço. Um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde ele é feito.
E quando se puxa uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo e fica solto no vestido. E na fita, que curioso, não faltou nenhum pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade! Tudo o que é sentimento bom é como um pedaço de fita na qual se dá um laço.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livres as duas bandas do laço.
É como um abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
Então o amor é isso! Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó já deixou de ser um laço...
... O laço requer aprendizado. É uma arte. E se podem fazer laços muito bonitos, pequenos ou grandes, mas que agradam aos olhos.
Demora para fazer mas o resultado vale a pena. E se não gostarmos, basta puxar delicadamente, desfazer tudo e começar de novo.
Assim são também os laços dos sentimentos. É preciso aprender a enlaçar os corações das criaturas, usar da gentileza, do respeito, da atenção, do carinho.
Dá trabalho sim, mas esse é o laço que nos vai dar a verdadeira felicidade.
__________________________________________________



Este texto encontra-se publicado na íntegra no livro "TERAPIA DA PAZ" de Donizete Pinheiro.
O livro contém esta e outras mensagens lindas, falando de atitudes que muitas vezes, deixamos passar ou como no caso do Laço, nunca paramos para reparar e analisar. Utilizo esse livro e seus textos diariamente em momentos de reflexão junto aos meus alunos e aprendo muito com isso. É uma leitura leve, daquelas que precisamos ter sempre à mão.

Recomendo a todos.

Lygia

segunda-feira, 15 de junho de 2009

SELO SETE COISAS RARAS SOBRE MIM


Recebi da minha amiga Angel. Obrigada!!!!



Devo revelar sete coisas sobre mim.

Vou tentar falar coisas que permitam aos meus amigos me conhecerem um pouco melhor...

1 - Sou muito risonha... Dou risada principalmente quando não pode! rsrsrsr

2 - Adoro ler. Leio qualquer coisa que aparecer, até bula de remédio!!!

3 - Gosto muito de dançar e modéstia à parte é uma das coisas que faço direitinho.

4 - Gosto de água! Natação é meu esporte preferido apesar de não praticar há algum tempo.

5 - Odeio mentiras e falsidade.

6 - Sou muito dorminhoca. Vivo perdendo a hora!

7 - Eu amo, e é prá valer. Me entrego de corpo e alma ao meu amor.

Eu ofereço este prêmio a:

Dani do http://adoreadeliciadeserquemeusou.blogspot.com/

Marcela do http://marcela-nutricao.blogspot.com/

Tania do http://taniazotto.blogspot.com/ (Desirre Poesias)

Chiara do http://alichiara.blogspot.com/

Ciganinha do http://cigana26hotmailcom.blogspot.com/

Nayla Mony do http://naylamony.blogspot.com/

domingo, 7 de junho de 2009

SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS...


Tenho uma opinião sobre o verdadeiro amor um pouco diferente da maioria das pessoas. Acredito que amor não combina com orgulho, egoísmo, egocentrismo.
Amor é desprendimento, doação, perdão.
Não existe nada que possa acabar ou diminuir um amor de verdade. Tempo, distância, diferenças, nada... Algumas pessoas me dizem que isso é ser submissa. Aceitar tudo o que o outro apresenta é falta de “amor próprio”. Mas como posso me amar se não me entregar plenamente àquele que é o dono desse meu amor? Para mim, só assim pode ser vivido esse sublime sentimento. E é assim que eu amo. Não sem dor, mas como diz o texto do Padre Fabio, quem deseja a flor precisa aceitar os espinhos. Tudo vale a pena...

Lygia
_______________________________________________

Amor que é amor dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou. O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto." O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração que sozinhos jamais poderíamos enxergar. O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!" Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha...
...Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois... Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira. A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos...