terça-feira, 18 de agosto de 2009

A maior emoção da vida...

Aqui já escrevi sobre mães, sobre amores, sobre anjos, mas tive uma experiência única um dia desses com um Pai, que não pude deixar passar em branco.
Daqueles Pais com “P” maiúsculo mesmo. Difícil de encontrar.
Confesso que sempre achei que os pais nunca poderiam sentir um amor tão grande pelos filhos como as mães. Afinal, eles não geram esses filhos, não o carregam na barriga, são meros expectadores de uma ligação que se inicia com a concepção e sendo assim, muito antes que eles possam ver aquele ser tão pequeno e indefeso que dele, leva apenas uma parte microscópica.
O amor de Pai tem que ser construído, dia a dia, enquanto a mãe já tem essa ligação natural, tem um cordão que a liga a esse novo ser, já o alimenta e o vê crescer desde o primeiro momento.
Já vi pais que assumem seus filhos, que se dedicam. Vi aqueles que suprem todas as necessidades materiais para mascarar a falta de atenção. Aqueles, que como o pai dos meus filhos, desaparecem, não suprem nada , não acompanham o crescimento e o desenvolvimento dos filhos para um dia, quando estes já estiverem crescidos e formados reaparecerem reivindicando seu título, claro que rejeitado por eles.
E numa situação extrema estão aqueles homens que “fazem filhos”. Mero contato físico com alguém numa situação dita incontrolável (desculpa inadmissível nos dias atuais), sem nenhuma ligação emocional e põem no mundo crianças que acabam rejeitando, negando e abandonando como se fossem nada. E quantas mulheres “desprevenidas” encontram-se em situação desesperadora com seus filhos, passando toda a sorte de necessidades e que muitas vezes optam até por abandoná-los também?
Mas esse homem... Esse Pai...
Os pais de primeira viagem adoram assistir ao nascimento dos filhos, filmam, tiram fotos, se emocionam, às vezes dão mais trabalho que a própria parturiente na sala de cirurgia, para depois poder contar a todos o grande feito. Como se esse fosse o único momento importante na vida daquele ser que vem ao mundo e seu ato heróico precisa ser registrado. Depois o tempo passa e tudo fica no filme e nas fotos.
Acho que uma das sensações mais fortes que tive na vida foi a de ouvir desse homem a descrição do nascimento do seu filho.
Depois de acompanhar passo a passo a cesariana a que foi submetida sua mulher, com as devidas explicações passadas pelo obstetra, finalmente veio à luz o grande e único amor da sua vida. (palavras dele....)
Emudeci diante da emoção com que me descrevia aquele momento... Lágrimas correram pelo meu rosto e meu coração se encheu de ternura.

“... Foi amor verdadeiro o que senti por aquele ser que estava numa espécie de travessa quando o vi pela primeira vez de olhinhos já abertos. Coloquei sua felicidade à frente da minha sempre que foi necessário e colocarei sempre que assim for. A paternidade dessa criatura é algo pra mim muito mais importante que a minha felicidade.
Naquele dia, naquela hora, nasceu com certeza a pessoa que mais amo nesta vida e nada vai mudar isso.”

No mês dedicado aos pais, deixo minhas homenagens a este homem a quem já admirava por vários outros motivos mas que depois dessa declaração de amor tornou-se único e me fez aprender que um homem é sim capaz de amar com toda a sua alma.
Obrigada por mais essa emoção. Que Deus continue iluminando você para que possa por muito tempo sentir e dar esse amor que "começa lá onde não se espera mais nada em troca”.

Lygia

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Soneto do Amor Total


Amo-te tanto, meu amor ... não cante...
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes