quarta-feira, 8 de abril de 2009

FELICIDADE


Se alguém lhe fizesse a seguinte pergunta: O que lhe faz feliz?

Qual seria a sua resposta?

Desde as épocas mais remotas, o homem sempre se destacou pelo seu poder de imaginação, pela sua criatividade. E através dela, seus inventos ganharam a “história”. A descoberta do fogo, a invenção da roda, o aprimoramento das armas. E tudo se transformou, e se melhorou até os dias atuais. Conforme a Astronomia, o “mundo” teria nascido há mais ou menos 15 bilhões de anos, através de um evento conhecido como Big Bang, ou seja, segundo alguns estudiosos o que chamamos de Universo teria surgido através de uma grande explosão. Mesmo que os cálculos desses pesquisadores estejam de acordo, esse instante fixado no calendário cósmico nos ajuda apenas a entender a evolução do Cosmos até hoje. Mas não nos ajuda em nada, a resolver perguntas importantes como: De onde surgiu tudo isso? Se houve realmente uma grande explosão quem apertou o detonador? Seria Deus mais um invento?
Deus está presente em nossos pensamentos, mas na verdade, o usamos para responder a essas e outras tantas perguntas sem respostas. Para algumas pessoas, Deus não passa de uma ideia. Ideia essa aliás, muito distante das preocupações do seu dia a dia como comer, beber, dormir, vestir e reproduzir. Para estas pessoas tanto faz, elas nem creem e nem tampouco descreem em Deus. Apenas expressam uma espécie de crença cultural, ou seja, se todos creem também vou crer. Assim, procuram o templo religioso nos finais de semana apenas para cumprir a sua obrigação social. Mas quando há um infortúnio, como as perdas ou as decepções, mudam radicalmente suas atitudes. A crença Psicológica busca Deus para sanar as questões imediatas. Deus torna-se apenas um amuleto para dar conta das sensações de abandono. Sim, porque a falta de dinheiro, as decepções amorosas e as dificuldades do dia a dia, nos deixam com esta sensação. E quando as pessoas se perdem em suas crenças, elas se prendem a rituais e a outros talismãs. Esquecem os ensinamentos de Jesus e agarram-se às ferraduras da sorte. Atribuem mesmo à sorte, todo o sucesso que poderiam alcançar. Dizem acreditar em Jesus, em Deus, mas para garantir não deixam de carregar um pezinho de coelho, na porta da casa há sempre vasos de “comigo ninguém pode”, para espantar os “maus espíritos” (imagine só, se um espírito ruim iria se importar com uma planta!), tomam banhos de sal grosso, acendem incensos para purificar o ambiente (como se uma oração não bastasse), jogam imagens quebradas de santos nos cruzeiros, emporcalhando a cidade. De gato preto? Passam bem longe! Pela escada aberta não se arriscam! Não saem de casa sem consultar o horóscopo e recompõem as energias com uma pirâmide de cristal. É certo que cada um tem o direito de crer e agir como quiser. Nessas questões o certo e o errado não existem. Porém algumas pessoas creem em Deus, de uma forma frágil, como um castelo de areia na beira do mar, onde qualquer onda pode derrubá-lo. É mais fácil agarrar-se às coisas da terra, do que às coisas do “céu”. Precisamos abandonar a nossa insistência de construir tesouros físicos, terrenos e nos aprimorar na construção de tesouros morais. Bens supérfluos, riquezas improdutivas, a posse egoísta, a falta de desprendimento e as atitudes puramente materialistas, não são tesouros de verdade. Definitivamente estes não são os tesouros que devemos cultivar, porque estas “máscaras” o tempo transforma inevitavelmente. Por outro lado, não basta apenas viver da fé, acreditando ser esta suficiente para prover as nossas necessidades de comer, beber, vestir, etc. Lógico que ela nos auxilia e nos anima, ajudando-nos a encontrar os meios de atingir os nossos objetivos. Mas é fundamental a disposição para o trabalho e empenho na busca daquilo que precisamos.

...“Fé sem obras é como lampião sem lume, a fé se materializa através do trabalho edificante”...

A providência divina, sempre nos dota daquilo que precisamos, nos inspirando, nos iluminando o caminho, concedendo-nos a inteligência e a saúde. É preciso que nos abasteçamos de tesouros como a paciência, o desapego, o respeito. De lucidez, coragem, de muito conhecimento, de compaixão, criatividade, de generosidade e alegria, todos os dias, todas as horas, todos os minutos, sempre. Assim, passaremos da Crença Psicológica, para a Crença Filosófica, que nos permite compreender de forma racional, o porquê das coisas e não apenas desejarmos o consolo dos males que passamos. É necessário que optemos sempre pelo sorriso. Se você ainda está preso aos rituais e amuletos, pare por alguns instantes e reflita. Quando o homem adquire tudo o que poderia comprar, ele perde o incentivo, a sua vida perde o sentido. Devemos aprender a simplificar a vida, sonhar com as coisas sim, mas não sermos escravos delas. Afinal, a suprema felicidade consiste numa satisfação íntima. Cada um tira de si mesmo, o princípio de sua felicidade ou de sua adversidade. Em qualquer aspecto da vida, procuremos encontrar as emoções escondidas dentro de nós mesmos, prendendo-nos apenas no amor, pois ele é fonte inesgotável de felicidade.

Lygia


(Texto inspirado na obra “Transcender” de Plínio Oliveira)

6 comentários:

  1. Lygia,
    este comentário,é uma reflexão muito pessoal, acredito que absolutamente tudo na vida, pessoas, objetos (que encaramos ilusoriamente como coisas individuais e nossas), nos levando a esquecer, que tudo é mutável e transitório ...
    Luz!
    Mari

    ResponderExcluir
  2. Mari,
    A única coisa que podemos levar e aproveitar realmente são nossos atos e o amor que levamos no coração. O resto são pequenas coisas que utilizamos enquanto estivermos por aqui.

    Beijo

    ResponderExcluir
  3. Lygia, concordo com você. A única coisa que levaremos desta vida são nossos atos, aquilo que fizemos a nós e aos outros, então devemos sempre primar em fazer o bem, em fazer sorrir nosso irmão, em colorir um pouco o mundo e levar a paz a quem necessite.
    Desejo-te Feliz Páscoa!
    Angel

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Angel

    É assim mesmo que encaro a vida. Sabemos que "o plantio é de nossa escolha, mas a colheita será obrigatória". Se plantarmos o amor colheremos seus frutos com toda certeza.

    Beijo

    ResponderExcluir