Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo, dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a Saudade...
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade de um filho que estuda fora. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ele para a faculdade mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia todo sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade, é basicamente o não saber...
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia e se foi na consulta com o dermatologista como havia prometido.
Não saber se ela anda comendo bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada. Se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se continua cantando tão bem.
Saudade, é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos. Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento. Não saber como frear as lágrimas diante de uma música. Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro e ao mesmo tempo querer... É não querer saber se ele está feliz e ao mesmo tempo perguntar a todos por isso... é não saber se ele está mais magro, se ela está mais bela...
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e que você, provavelmente está sentindo agora, depois que acabou de ler...
Miguel Falabella
Oi, Lygia queria parabeniza-la por este post belissimo e de muito bom gosto!
ResponderExcluirMe tocou fundo na alma e coração não há como negar que no fundo sempre sentimos algum tipo de saudades seja de nós mesmos dos outros ou etç..
Um beijo e fique com deus!!
Voltarei
Marcela
ResponderExcluirTambém gosto muito desse texto. A saudade, palavra que só existe na nossa língua, parece que nasce com a gente. Às vezes parece que sentimos saudade até daquilo que nem vivemos!!!
Obrigada pela visita e pelo comentário tão gentil.
Beijos
QUERIDA AMIGA ESTE TEXTO DO FALABELA ESTÁ FANTASTICO, SUA ESCOLHA FOI EXCELENTE,POIS NÃO TEM COMO DEFINIR MELHOR ESTE SENTIMENTO COMO ESTÁ AI DESCRITO, AS MÚSICAS ESTÃO MARAVILHOSAS.
ResponderExcluirBEIJOS DE LUZ
tANIA
Texto maravilhoso,parabéns pela escolha.
ResponderExcluirDesculpe invadir seu espaço,vi que se tornou uma seguidora do meu aproveitei e cá estou,adorei esse lugar,voltarei.
Fim de semana de luz.
beijooo.
Olá Lygia!
ResponderExcluirA saudade é tão maravilhosa como este texto.
Escolha perfeita!
beijão
Mari
Ps o teu anjinh,não uer me deixa ir embora hahahaha,e agora?
Oi Tania!
ResponderExcluirObrigada pelo carinho de sempre.
Beijo
Olá Mari.
Bom saber que vc está bem. Engraçado né? A saudade dói mesmo, mas é uma dor quase gostosa de sentir... coisas que não se explica como todo o sentimento.
Acho que nessas alturas vc já se entendeu com o anjinho né? rsrsrsrsrsrsrs
Beijo
Ana.
Adorei a "invasão"!!
Seja bem vinda e obrigada pelo comentário.
beijo
Oi Lygia.
ResponderExcluirNão conhecia o texto, mas gostei muito. Particularmente, tenho saudade do tempo da infância e da juventude, quando eu ainda era um anjo (por vezes um anjo malvado, reconheço).
Um beijo.
Jens...
ResponderExcluirNessa idade todos os anjos são bons. Depois é que as coisas mudam e somos separados em "categorias".rsrsrsrsrsrs
Obrigada pela visita e pelo comentário.
Beijo
O texto é da Martha Medeiros
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